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Aula 9 - 07/10/2015

Hoje retornamos às aulas após um longo período de greve. O Professor Dr. Luiz Fernando programou uma revisão para o encontro desta manhã.

Na primeira parte da aula refletimos sobre o porquê de nós (professores) termos dificuldade em ler imagens, apesar de vivermos rodeados de elementos multissemióticos. A questão central é que, em geral, não aprendemos a compreender esses elementos multimodais, portanto, não conseguimos ensiná-los aos nossos alunos. Nossas discussões permearam esse tema, pois a multimodalidade é o próximo conteúdo previsto no plano de curso.

Mesmo antes de estudarmos a respeito da multimodalidade, esse assunto já nos proporcionou um debate muito rico. Cito como exemplo o questionamento de um colega de classe que compreende como desnecessário o estudo sobre a multimodalidade. Sua reflexão foi baseada no entendimento de que os estudantes têm muito contato com os materiais audiovisuais e que mesmo não sabendo ler os hipertexto multimodais são capazes de compartilhar fotos, vídeos e áudios nas redes sociais. Acho relevante o questionamento do colega, contudo, discordo de sua argumentação, visto que, apesar de os estudantes terem acesso a esses recursos e multimodais, não significa que eles compreendam os hipertextos multimodais. Nesse sentido, considero muito importante os estudos que nos ajude a compreender os diferentes modos.

Na segunda etapa da aula nos reunimos - Norberta, Luciano, Nildo e eu - para completar as seguintes questões:

1- Apontem as principais semelhanças e diferenças entre texto e hipertexto, dividindo-as em três aspectos: (1) sua constituição; (2) questões referentes à leitura; (3) questões referentes à sua produção para fins educacionais, tanto para o ensino quanto para a aprendizagem.


A principal diferença entre texto e hipertexto consiste em sua natureza. De acordo com Gomes (2011), o hipertexto é um texto exclusivamente virtual que tem como elemento central os links que precisam ser acessados pelo leitor. Ou seja, apesar de todo hipertexto estar em ambiente eletrônica, nem todo texto em ambiente eletrônico é um hipertexto, pois nem todos os textos disponíveis na web podem ser linkados, o que não oferece caminhos diferenciados para a leitura. Vale ressaltar que outros autores como Koch (2011), compreende que todo texto é um hipertexto. A autora cita como exemplo o trabalho acadêmico, que é repleto de referências, notas de rodapé, citações e referências. Para ela, essas notas, por exemplo, têm a mesma função dos links. Entendemos que a definição de Gomes é a única possível, quando se trata de hipertexto, pois os elementos centrais dessa modalidade de texto são os links, que precisam ser acessados, isto é, eles não são apenas elementos complementares, são fundamentais para a compreensão do hipertexto.

Ainda nessa perspectiva de diferença entre o texto e o hipertexto, podemos destacar que o hipertexto permite em sua constituição a adição de mais recursos multimodais. Melhor dizendo, no texto impresso, podemos inserir imagens, mas não podemos inserir um vídeo, por exemplo; já no hipertexto, podemos fazer uso de vários recursos multimodais disponíveis em ambiente virtual.

A principal semelhança entre eles é o objetivo pedagógico traçado pelo professor, isto é, o fato de pensar estratégias que possibilitem o trabalho com um desses dois tipos de textos. Também podemos destacar alguns elementos de textualidade como a intertextualidade, tipografia e informatividade.

No que se refere à leitura, podemos dizer que esses dois textos não são lineares, o leitor é quem escolhe por quer começar, mas, no hipertexto essa característica da não linearidade é mais evidente porque as noções de início, meio e fim, não são funcionais no hipertexto. Nessa perspectiva, a leitura do hipertexto requer habilidades e estratégias de leitura que são específicas do meio digital.

Finalmente, escrever um hipertexto é diferente de produzir um texto qualquer, porque vai além da organização textual. É preciso refletir sobre sua estrutura, em como será interconectado, deve-se evitar a sobrecarga cognitiva. Enfim, é importante que o professor produza um hipertexto pensando no aluno/leitor, porque esse material deve estar relacionado aos usuários e às tarefas de aprendizagem.

2- Qual a relação entre internet, web e hipertexto?

A internet é um conglomerado de redes públicas e privadas, a Web é um sistema de informações organizado para englobar todos os sistemas de informação disponíveis na internet e o hipertexto é um texto exclusivamente virtual que possui como elemento central a presença de links. Nos anos 90, com o advento da internet, da Web e com a disseminação dos computadores pessoais, usuários comuns passaram a poder criar websites, fazer links e “ser lincado” à vontade. Hoje, construímos textos lincados em blogs, Facebook, Twitter, Instagram. Vale ressaltar que a própria web é um hipertexto, pois o que faz da Web uma teia, ou seja, uma complexa malha de informações interligadas é sua própria estrutura hipertextual que permite que cada página de cada site possa se conectar a qualquer outra página ou site da rede, ou mesmo se desconectar de alguma delas, pois sempre haverá possibilidade de uma religação por outro caminho, sem que a rede sofra com isso. Portanto, pode se afirmar que a web é um hipertexto aberto, pois quase tudo que há nela está interconectado e documentos podem ser acessados e acrescentados a partir de qualquer ponto. A web caracteriza-se também um hipertexto descentralizado e não hierárquico, ou melhor, a web não tem chefe ou dono.

3- Quais as principais funções dos links? Dentre as funções chamadas retóricas, quais as que vocês percebem como as mais importantes ou as mais usuais?

As funções dos links são:

Compreendo que todos as funções retóricas dos links são importantes, na verdade, creio que depende o objetivo do autor do hipertexto. Tendo em vista que sou professora, em geral, crio links com a função de explicar um pouco mais sobre o assunto e também com a função de ampliar o conhecimento.

4- Sobre o chamados gêneros digitais, apresentem a(s) definição(ões) de gênero que perceberam ser mais produtivas para suas pesquisas/atividades com as linguagens no meio digital. Com base nessa(s) teoria(s) façam um elenco de gêneros digitais, justificando cada um dos gêneros elencados mediante um enquadramento teórico.

Compreendemos que a não existe gênero digital, porque os gêneros que se apresentam em ambiente virtual, são os mesmos gêneros do meio impresso, por exemplo, a reportagem é um gênero impresso que pode ir para o ambiente virtual, mas isso não torna esse gênero digital. A nossa compreensão se dá com base na perspectiva de Júlio Araújo que, com base em Bakhtin, compreende que os gêneros e esferas são conceitos que se interpenetram mutuamente na medida em que os primeiros organizam as necessidades enunciativas dos sujeitos que participam de determinada esfera da atividade.


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